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Cantinho Escuro

Posted by Paulo Santana on 21:52

Estou num lugar escuro, apertado,
O esforço é grande para me mexer.
Estou meio que amarrado
Não entendo por que.
Estou todo molhado, encharcado
Por que me maltratas assim?
Sou pacato, da paz
Incapaz de fazer mal a alguém
Não quero ficar aqui trancado.
O que foi que eu fiz?
Estou sendo injustiçado,
Mereço respeito, tenho meus direitos,
Exijo que me tirem daqui.
Agora quero dormir, mas lá fora o barulho é intenso.
Escuto uma música, risos e ruídos.
Não estou suportando mais essa situação, preciso fugir.
Então logo me agito,
Meus batimentos cardíacos aceleram-se
Entro num ritmo frenético, começo a me debater.
Chegou a tão esperada hora, hora de partir.
Lá fora também percebo um certo agito
Como se corressem de lá para cá
O barulho aumenta, agora escuto gritos
Escuto mais vozes, tem mais pessoas lá fora.
Meu Deus, escutaram minhas preces,
Estão tentando tirar-me daqui.
Surge então mãos enormes,
Mãos de um salva-vidas, mãos queridas.
Puxando meu pobre corpo frágil.
Aquela luz forte do exterior agride meus sensíveis olhos,
E como se não bastasse recebo uma palmada,
Da mesma mão querida.
Foi a gota dágua, chorei...
Depois de tirarem a sujeira do meu corpo e enxugar-me,
Fui entregue a uma mulher, que logo beijou minha face,
Chamou-me de meu filho, me abraçou e chorou.
Era tudo o que eu precisava, depois de tanto tempo,
Um colinho quentinho.

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